Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 7 n. 2 (2020): EDIÇÃO ESPECIAL - 20 ANOS DOS GRUPOS DE PESQUISA GEPGÊNERO E GEPCULTURA

VIOLAÇÕES ENCOBERTAS: AS MÚLTIPLAS FACES DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES CAMPONESAS. MUNICÍPIO DE SANTA LUZIA D’OESTE-RO

DOI
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v7i2.5580
Enviado
agosto 28, 2020
Publicado
03/11/2020

Resumo

A violência contra as mulheres brasileiras atinge inegavelmente moradoras das zonas rural e urbana. Essa premissa, aliada à constatação da ausência de estudos sobre a violência de gênero no contexto do campo em Rondônia, mobilizou o objetivo principal deste estudo: identificar as violências que atingem mulheres que moram na zona rural do município de Santa Luzia D’Oeste, bem como as políticas públicas existentes que contribuem para o enfrentamento dessas violações. Para o desenvolvimento do artigo utilizou-se do método de estudo qualitativo, cujos dados foram obtidos por meio da pesquisa documental em Registro de Boletim de Ocorrência policial e a pesquisa narrativa relatada por duas colaboradoras que atuam diretamente no trabalho com mulheres camponesas do município de Santa Luzia D’Oeste. O estudo apurou que as mulheres camponesas do município sofrem múltiplas violências: padecem de ameaças, espancamentos, xingamentos, humilhações, desvalorização de seu trabalho na propriedade, não acesso a financiamentos públicos, abusos sexuais e a violência letal – o feminicídio. Levantamos que a principal política pública que impulsiona ações para o combate à violência de gênero é a aplicação da Lei nº 11.340/2006, no entanto, para acessar esse serviço é necessário o deslocamento até a cidade.

Referências

  1. BUENO, S. LIMA, R. S. de et. al. Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil. 2. ed. São Paulo: FBSP, Instituto Datafolha: 2019.
  2. BUENO, S.; LIMA, R. S. de. Anuário Brasileiro de Segurança Pública. 13. ed. São Paulo: Open Society Foundations (OSF), 2019.
  3. BUENO A.L M; LOPES M. M. Mulheres rurais e Violência: leitura de uma realidade que flerta com aficção. Ambiente & Sociedade. v. 21, São Paulo, 10 jul. 2018.
  4. BUTTO, A.L.M; LOPES.M.M.As Mulheres rurais e autonomia: formação e articulação para efetivar políticas públicas nos Territórios da Cidadania. Brasília-DF, Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2014.
  5. BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres. Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006.Lei Maria da Penha. Brasília-DF: SPM, 2006.
  6. BRASIL. Decreto-Lei nº 2848 de 7 de dezembro de 1940. Brasília-DF: Presidência da República,1940.
  7. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília-DF, Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 1990.
  8. BRASIL. Secretaria de Políticas para Mulheres. Diretrizes Nacionais para investigar, processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes violentas de mulheres (feminicídios). Brasília-DF, 2016.
  9. CARVALHAES, A. B.; PAES, M. S. L. Caracterização da violência contra a mulher no município de Timóteo-MG. Revista Enfermagem Integrada, Ipatinga,v. 7,n. 1,jul./ago. 2014.
  10. CARDOSO, L. da S. R. Abuso sexual contra crianças e adolescentes em Ji-Paraná-RO: a escola fala ou se cala? 2018. 49f. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Josélia Gomes Neves. Monografia (Pedagogia) – Universidade Federal de Rondônia, Campus de Ji-Paraná, 2018.
  11. CLANDININ, D. J.; CONELLY, F. M. Pesquisa narrativa: experiências e história na pesquisa qualitativa. Uberlândia: EDUFU, 2011.
  12. COSTA, M. C. da; LOPES, M. J. M.; SOARES, J. dos S. F. Violência contra mulheres rurais: gênero e ações de saúde. Universidade Federal de Santa Maria-RS-Esc. Anna Nery [online], v.19, n.1, 2015.
  13. DOIS casos de estupro são registrados nas últimas 48h em Ji-Paraná, RO. G1, 5 jan. 2017. Disponível em: http://g1.globo.com/ro/ji-parana-regiao-central/noticia/2017/01/dois-casos-de-estupro-sao-registrados-nas-ultimas-48h-em-ji-parana-ro.html. Acesso em: 20 ago. 2020.
  14. FALEIROS, V. P; FALEIROS, E. S. Escola que Protege: enfrentando a violência contra crianças e adolescentes. Brasília-DF: Ministério da Educação, SECAD, 2007.
  15. FERTONANI, P. C. C.Estupro de vulnerável no âmbito familiar: entre o Direito e a Psicologia. Trabalho de Conclusão de Curso (Direito) – Faculdade do Norte Novo de Apucarana, Apucarana,2011.
  16. GARCIA, L. P. A magnitude invisível da violência contra a mulher. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, v. 25, n. 3, p. 451-454, jul./set. 2016.
  17. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
  18. IBGE. Municípios. Santa Luzia D’Oeste e Ji-Paraná. Brasília: IBGE, 2010.
  19. KUZMA, J. M. G; NEVES, J. G.; SILVA, A. B. da. Contribuição pedagógica do movimento feminista no combate à violência de gênero. EDUCA - Revista Multidisciplinar em Educação, Porto Velho, v. 4, n. 9, p. 48-64, set./dez. 2017.
  20. MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
  21. NASCIMENTO SILVA, M. das G.Reflexos das políticas públicas desenvolvidas e o empoderamento das mulheres em assentamentos rurais. In: ALMEIDA SILVA, A. de; NASCIMENTO SILVA, M. das G.; COSTA SILVA, R. G. (org.). Colonização, Território e Meio Ambiente em Rondônia: reflexões geográficas. Curitiba; Porto Velho: SK Editora, 2012.
  22. RIBEIRO, M. A.; FERRIANI, M. das G. C.; REIS, J. N. dos. Violência sexual contra crianças e adolescentes: características relativas à vitimização nas relações familiares. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 2, n. 20, mar./abr. 2004.
  23. SAFFIOTI, H. Gênero, patriarcado, violência. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, Fundação Perseu Abramo, 2011.
  24. SANTOS, A. C. W. dos.; MORÉ, C. L. O. O. Repercussão da violência na mulher e suas formas de enfrentamento. Paidéia, v. 21, n. 49, maio/ago. 2011.
  25. SANTOS, M.O. A mulher e a reprodução social da família. RevistaArtemis,n. 7, p. 88-92, dez. 2007.
  26. SAUER, S.etal. Terra Agricultura e Desigualdade no Brasil Rural – Terreno da Desigualdade. Oxfam Confederação internacional, Informes no Brasil, 2016.
  27. SCOTT, P.; RODRIGUES, A. C., SARAIVA, J. Onde mal se ouvem os gritos de socorro: notas sobre a violência contra a mulher em contextos rurais. In: SCOTT, P.; CORDEIRO, R.; MENEZES, M. (org.). Gênero e geração em contextos rurais. Ilha de Santa Catarina: Ed. Mulheres, 2010.
  28. SEMIS, L. "Gênero” e “orientação sexual” têm saído dos documentos sobre Educação no Brasil. Por que isso é ruim? Revista Nova Escola, 11 abr. 2017. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4900/os-termos-genero-e-orientacao-sexual-tem-sido-retirados-dos-documentos-oficiais-sobre-educacao-no-brasil-por-que-isso-e-ruim. Acesso em: 5 ago. 2020.
  29. SILVA, L. G. de V. Análise da aplicação das medidas protetivas da Lei Maria da Penha: o estudo de caso do CREAS II- Campos dos Goytacazes/RJ. 2015. 117f. Dissertação (Mestrado em Sociologia Política) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Rio de Janeiro, 2015.
  30. SILVA, V. R. da. Fora e Dentro de Casa, Mulheres são Vítimas de Múltiplas Violência no Campo. Gênero e Número, 2018. Disponível em: http://www.generonumero.media/fora-e-dentro-de-casa-mulheres-sao-vitimas-de-multiplas-violencias-no-campo/. Acesso em: 22 ago. 2020.
  31. SOARES, J. dos S. F.; LOPES, M. J. M. Experiências de mulheres em situação de violência em busca de atenção no setor saúde e na rede intersetorial. Interface, Comunicação, Saúde e Educação, v. 66, n. 22, 2018.
  32. SOUSA, R. F. de. Cultura do estupro: prática e incitação à violência sexual contra mulheres. Estudos Feministas, Florianópolis, n. 25, v. 422, jan./abr. 2017.
  33. STROPASOLAS, V. L. O valor (do) casamento na agricultura familiar. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e Agricultura de Santa Catarina. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 12, n. 360, jan./abr. 2004.

Downloads

Não há dados estatísticos.