CARTOGRAFIAS DO AFETO NA FRONTEIRA
A POÉTICA DA PAISAGEM E OS ESPAÇOS DE LAZER COMO LUGARES DE IDENTIDADE EM GUAJARÁ- MIRIM/RO
DOI:
https://doi.org/10.48212/r1jk0n92Resumo
Este artigo propõe uma leitura simbólica e formativa dos espaços naturais de lazer em Guajará- Mirim/RO, região fronteiriça entre Brasil e Bolívia, a partir da Geografia Cultural, da Educação do Território e da abordagem fenomenológica da percepção. O problema central que orienta o estudo é: como o lazer em paisagens amazônicas fronteiriças funciona enquanto prática formativa e dispositivo de resistência simbólica? O objetivo geral é compreender como os gestos, permanências, contemplações e práticas comunitárias vividas nos espaços naturais de Guajará-Mirim contribuem para a produção de saberes territoriais e para a valorização da educação fora dos ambientes escolares convencionais. Os autores mobilizados: Yi-Fu Tuan, Edward Relph, Merleau-Ponty e Verdum et al., oferecem base para articular conceitos como topofilia, corporeidade, autenticidade e paisagem como texto cultural. A metodologia é qualitativa, com registro em diário de campo e observação sensível dos balneários e mirantes da cidade, por meio de entrevistas informais. Os resultados indicam que esses espaços não funcionam apenas como áreas de recreação, mas como lugares vividos, onde o corpo, o silêncio, o encontro e a paisagem produzem sentidos formativos. A pesquisa reafirma que o território educa pela poética dos gestos e das permanências, e que a cartografia afetiva revela dimensões invisibilizadas da formação cultural amazônica e comunitária
