A ADOLESCÊNCIA ATRAVESSADA PELO HIV/AIDS

O CUIDADO E SUAS INTERFACES

Autores

  • Diana Miranda de Farias Prieto Rugeles Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Mauro Leonardo Salvador Caldeira dos Santos Universidade Federal Fluminense - UFF https://orcid.org/0000-0002-5027-6502

DOI:

https://doi.org/10.69568/2237-5406.2018v1n2e2379

Palavras-chave:

AIDS, transmissão vertical, adolescência, transgeracionalidade, cuidado

Resumo

O objetivo deste estudo foi analisar a complexidade e os paradoxos do cuidado multidisciplinar dirigido a adolescentes portadores de HIV/AIDS por transmissão vertical e como tais responderam ao fato de ter uma doença crônica adquirida através do “Legado Familiar”. Delimitou-se como campo de pesquisa entrevistas e relatos de adolescentes entre doze e dezoito anos, que contraíram a doença ao nascerem das suas mães. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com adolescentes de 12 a 18 anos infectados por transmissão vertical, acompanhados clinicamente no ambulatório de Serviço de Atendimento Especializado (SAE3). As coletas de dados obtidas tiveram como resultado repensar as práticas de saúde, o cuidado, e suas interfaces acerca do processo de adolescência e como podemos orientar estes pacientes a terem escolhes de adesão à vida. A pesquisa abordou como principais temas a clínica do adolescer, permeando a temática da transgeracionalidade, Dor, Corpo e Luto. Teve como referenciais teóricos a Psicanálise de Freud, Torok, Olga Correa, Lacan e literaturas recentes sobre infecção pelo HIV/AIDS. Neste trabalho atendemos à Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. A proposta do trabalho foi redimensionar um lugar de escuta para que esses adolescentes pudessem falar sobre sua própria história de vida. Muitos não sabiam dizer como adquiriram HIV e por conta disso, alguns segredos familiares corroboraram para direção do processo de aceitar ou não a doença e se implicar ou não ao tratamento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABERASTURY, A.; KNOBEL, M. Adolescência normal. 9. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1981. 92p.

ALMEIDA, M. E. S. A força do legado transgeracional numa Família. Psicologia: Teoria e Prática, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 215-230, 2008.

AMADO, C. R.; LEAL, M. M. O adolescente com doença crônica. In: SAITO, M. I.; SILVA, L. E. V. Adolescência: prevenção e risco. São Paulo: Atheneu, 2001. cap 21, p 223-232.

AYRES, J. R. C. M. (Coord.). Adolescentes e jovens vivendo com HIV/AIDS: cuidado e promoção da saúde no cotidiano da equipe multiprofissional, AIDS - Novos horizontes. São Paulo: Office, 2004. 35 p. Edição especial.

BELZER, M. E. et al. Antiretroviral adherence issues among HIV-positive adolescents and young adults. J. Adolesc. Health, New York, v. 25, n.5, p.316-319, nov. 1999.

BENGHOZI, P. Traumatismos precoces da criança e transmissão genealógica em situação de crises e catástrofes humanitárias: desemalhar e reemalhar continentes genealógicos familiares e comunitários. In: CORREA, O. (Org.). Os avatares da transmissão psíquica geracional. São Paulo: Escuta, 2001, pp .89-100.

CHESNEY M. Review: Adherence to HAART Regimens. AIDS Patient Care, New York, v. 17, n. 4, p. 169-177, april 2003.

CORREA, O. B. R. (Org.). Colóquio em homenagem a Nicolas Abraham e Maria Törok. In: ______. Os avatares da transmissão psíquica geracional. São Paulo: Escuta, 2000ª. p. 9-16.

DUARTE, J. M. Narrativas de adolescentes vivendo com HIV/AIDS: compreendendo a adesão à terapia antirretroviral. 2011. 105f. Dissertação (Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.

ELDRED, L. J. et al. Adherence to antiretroviral and pneumocystis prophylaxis in HIV disease. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. Hum. Retrovirol., New York, v. 18, n. 2, p. 117- 25, jun. 1998.

HAYNES, R. B. Introduction. In: HAYNES, R. B.; SACKETT, D. L.; TAYLOR, D.W.

(Ed.). Compliance in health care. Baltimore: Johns Hopkins Press University Press, 1979. p. 1-18 apud KYNGÄS, H. A.; KROLL, T.; DUFFY, M. E. Compliance in adolescents with chronic diseases: a review. J. Adolesc. Health., New York, v. 26, n. 6, p. 379-388, jun. 2000a.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão 36ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009 (292 páginas)

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

LACAN, J. Os complexos familiares (1938). Rio de Janeiro: J. Zahar, 1987.

LESERMAN, J. et al. Stressful Life Events and Adherence in HIV. AIDS Patient Care and STDs, Larchmont, v. 22, n. 5, 2008.

LIGNANI JÚNIOR, L; GRECO, D. B.; CARNEIRO, M. Avaliação da aderência aos antiretrovirais em pacientes com infecção pelo HIV/AIDS. Rev. Saúde Pub., São Paulo, v. 35, n. 6, p. 495-501, dez. 2001.

NAAR-KING, S. et al. Psychosocial factors and medication adherence in HIV- positive youth. AIDS patient care and STDs, Larchmont, v. 20, n. 1, p. 44-47, jan. 2006.

NASIO, J. D. Que é um caso? In: Os grandes casos de psicose. Rio de Janeiro: Jorge ORGANIZACION MUNDIAL DE LA SALUD. Problemas de salud de la adolescencia: informe de un comité de expertos de la OMS. Genebra, 1965. 30p. (Serie de informes técnicos, n. 308).

SUET, M. M. Estudo da adesão à terapêutica antirretroviral em adolescentes infectados pelo vírus da imunodeficiência (HIV) em um hospital de grande porte na Cidade do Rio de Janeiro. 2010. 81f. Dissertação (Mestrado em Ciências na área de Saúde Pública) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2010.

TAVARES, M. C. T. A experiência de adolescer com Aids. 2003. 121f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.

Downloads

Publicado

25/07/2018

Como Citar

Rugeles, D. M. de F. P., & Santos, M. L. S. C. dos. (2018). A ADOLESCÊNCIA ATRAVESSADA PELO HIV/AIDS: O CUIDADO E SUAS INTERFACES. Revista Práxis Pedagógica, 1(2), 144–154. https://doi.org/10.69568/2237-5406.2018v1n2e2379