A TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL NOS SERÕES DE DONA BENTA

A HISTÓRIA DO BICHO-INVENTOR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.69568/2237-5406.2021v7n8e7033

Palavras-chave:

Teoria Histórico-Cultural, Monteiro Lobato, história das invenções, mediação, trabalho

Resumo

Esta discussão emerge de recortes da obra de Lobato e da Teoria Histórico-Cultural. O recorte de Lobato refere-se ao livro “História das invenções” e o recorte da Teoria refere-se aos conceitos de trabalho coletivo e, principalmente, de mediação, com base em Vygotski, Leontiev e Luria. O objetivo é apresentar a Teoria a partir da história de Lobato. Dona Benta conta aos netos e à boneca Emília como o bicho-homem, através das invenções, ampliou a força e alcance de seus olhos, pés, mãos, boca, ouvidos etc., transformando-se no bicho com mais poder. Vygotski, Leontiev e Luria buscam, na filogênese humana, explicar como, pelo trabalho, o homem organizou-se em sociedade, desenvolvendo sistemas de signos para comunicação, criando e aprimorando instrumentos para ampliar a sua ação sob meio e, desse modo, a partir da relação mediada por signos e instrumentos, transforma a natureza e transforma a si mesmo. A história dos inventos do bicho-homem é vista como uma análise histórica que vai revelando para Pedrinho, Narizinho e Emília o processo de apropriação da cultura, de modo que vão se dando conta que vivem num mundo transformado por aquilo que a necessidade e criatividade do homem construiu. Essa reflexão teórica com o suporte da literatura pode se fazer presente nos cursos de licenciatura, principalmente na Pedagogia, nos quais se estuda a aprendizagem a partir de Vygotski. Não se pretende reduzir a literatura a um caráter utilitarista, mas ampliar as possibilidades de leitura das obras.

Biografia do Autor

  • Adriane Cenci, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Professora do Departamento de Fundamentos e Políticas da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.

Referências

ASBAHR, Flávia da Silva Ferreira. A pesquisa sobre a atividade pedagógica: contribuições da teoria da atividade. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, nº 29, p.108-119, 2005.

CENCI, Adriane; COSTAS, Fabiane Adela Tonetto. Dona Benta e Vygotsky: uma análise do homem inventor. Anais do 17º COLE – Congresso de Leitura do Brasil. Campinas, p. 1-8, 2009.

GROTO, Sílvia Regina; MARTINS, André Ferrer P. Monteiro Lobato no ensino de ciências. Natal: EDUFRN, 2017.

LEONTIEV, Alexei N. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte, 1978.

LEONTIEV, Alexei N. Actividad, conciencia, personalidad. Havana: Editorial Pueblo y Educación, 1983.

LAJOLO, Marisa. Monteiro Lobato: um brasileiro sob medida. 2ª edição. São Paulo: Salamandra, 2006.

LOBATO, Monteiro. História das Invenções. São Paulo: Globo, 2014.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio- histórico. São Paulo: Scipione, 1997.

VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

VYGOTSKI, Lev S. Obras escogidas – Tomo II: Pensamiento y Lenguaje. Conferencias sobre Psicología., Madrid, Visor, 1993.

VYGOTSKI, Lev S. Obras Escogidas – Tomo III: Problemas del desarrollo de la psique. Madrid: Visor, 1995.

VYGOTSKY, Lev S.; LURIA, Alexander R. Estudos sobre a história do comportamento:

símios, homem primitivo e criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

Downloads

Publicado

06/10/2022 — Atualizado em 07/10/2022

Versões

Como Citar

A TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL NOS SERÕES DE DONA BENTA: A HISTÓRIA DO BICHO-INVENTOR. (2022). Revista Práxis Pedagógica, 7(8), 24-38. https://doi.org/10.69568/2237-5406.2021v7n8e7033 (Original work published 2022)