Educação Ambiental e Participação Social dos Povos Indígenas
Um Estudo Comparativo entre Comunidades de Tereré (Brasil), Curicha (Bolívia), Aigo (Argentina), Kukama Kukamiria (Peru) e Kumarakapai (Venezuela)
Palavras-chave:
Educação Ambiental, Transversalidade, Povos Indígenas, Participação Social, Mudança de ParadigmaResumo
Este artigo discute a importância da Educação Ambiental como um processo transversal e integrado no contexto educacional, em vez de uma disciplina isolada. Defende que, para que a Educação Ambiental tenha um impacto significativo, ela deve ser inserida em um ambiente que favoreça seu desenvolvimento e compreensão. Nesse sentido, propõe a transversalidade do ensino da educação ambiental desde a infância, seguida de uma integração mais ampla com as populações indígenas, que atualmente enfrentam sérios desafios, como discriminação e marginalização. A pesquisa realiza uma análise qualitativa, por meio de questionários aplicados aos povos indígenas da Aldeia Tereré (Brasil), Aldea Curicha (Bolívia), Comunidade Aigo (Argentina) e comunidade Kukama Kukamiria (Peru), abordando temas como consciência ecológica, governança, participação social e mudança de paradigma. Acredita-se que um cidadão ecologicamente consciente, que reconhece a importância do respeito à natureza e à diversidade cultural, estará mais propenso a adotar práticas de educação ambiental e participar de forma ativa em iniciativas sociais e governamentais. Nesse contexto de transformação de atitudes, o estudo propõe um modelo baseado em Comunidades de Prática e alinhamento com a participação social e os direitos indígenas, com o objetivo de promover a construção de um novo paradigma nas lutas e reivindicações das populações indígenas.
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