AS CARTAS FRONTEIRIÇAS E AS REPRESENTAÇÕES EMOCIONAIS DE ESTUDANTES BRASILEIROS E BOLIVIANOS
DOI:
https://doi.org/10.48212/vh41x037Resumo
Este artigo investiga as representações emocionais presentes em cartas escritas por estudantes brasileiros e bolivianos que participaram de um projeto de Iniciação Científica- PIBIC, no período de agosto a dezembro de 2024, com o título” Fronteirizar: as vivências da fronteira representadas em cartas escritas por estudantes brasileiros e bolivianos”, as ações do projeto ocorreram em escolas públicas na região da fronteira ente Guajará-Mirim (RO, Brasil) e Guayaramerín (Beni, Bolívia), o projeto envolveu de professores, alunos, pais, acadêmicas e pesquisadoras. A partir dessa experiência surgiu nosso problema de pesquisa: Quais são as experiências emocionais representadas nas cartas fronteiriças escritas por estudantes brasileiros e bolivianos? O objetivo geral foi buscar identificar as representações emocionais e culturais presentes nos textos escritos pelos estudantes participantes. A pesquisa qualitativa, conforme Gibbs (2009), contribui para destacar a relevância e a diversidade dos dados obtidos por meio da comunicação humana. A metodologia da pesquisa-ação garantiu um percurso investigativo no qual os pesquisadores e os participantes estão envolvidos de modo cooperativo em processo de ação e reflexão. O referencial teórico foi fundamentado em Vygotsky (1998), que destaca o papel do contexto social no desenvolvimento infantil; nas contribuições de Wallon (2008) para a compreensão do desenvolvimento emocional nas interações sociais; nos estudos de Jodelet (2001), sobre as representações sociais construídas no cotidiano, especialmente em contextos de fronteira; em Eni Orlandi (2007) sobre o texto dito e o não dito; nos estudos de fronteira Santos (2016). Os textos das cartas trazem representações das memórias afetivas de lugares, relações e práticas, mas também, expõem as relações de acolhimento e afeto a partir da amizade construída através das cartas.
