O romance de terras e águas

Uma reflexão às narrativas na e da Amazônia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7816

Palavras-chave:

Amazônia, Imáginario, Romance, Água, Terra

Resumo

O objetivo deste artigo constitui-se em analisar a construção narrativa dos romances produzidos na e da Amazônia a partir da perspectiva da identidade, da memória e do espaço. Não se pode falar de Amazônia sem antes falar de sua invenção, caminho a ser percorrido por este texto, que desaguará na constituição do imaginário amazônico e sua relação com a memória e o espaço que se fundem à identidade do sujeito que faz da Amazônia o seu chão. O roteiro teórico parte da reflexão a respeito do imaginário amazônico e sua poética, de João Jesus de Paes Loureiro (2015), do espaço narrativo e cartográfico de Luís Alberto Brandão (2013), Regina Delcastagnè (2003) e Gaston Bachelard (1989), desaguando nas ilações sobre memória, lançaremos mãos de autores como Paul Ricoeur (2010), Jeanne Marie Gagnebin (2009) e Henri Bergson (1999) em conjunção com romances contemporâneos de autores como Milton Hatoum, Nicodemos Sena, Alfredo Guimarães Garcia, Dalcídio Jurandir, entre outros que contribuam para a arquitetura deste texto. A cosmogonia da Amazônia é particular aos que nela habitam, o que é possível visualizar nos romances que narram a partir deste espaço geográfico e ficcional. Além do mais, são romances que trazem a memória como elo, fio condutor, entre o espaço, a identidade e a construção do sujeito amazônida.

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Publicado

27/12/2023

Como Citar

Sousa, E. N. de. (2023). O romance de terras e águas: Uma reflexão às narrativas na e da Amazônia. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 16(3), 334–346. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7816