Aproximações e distanciamentos entre os romances Terra caída (1961), de José Potyguara, e Maria de todos os rios (1992), de Benedicto Monteiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.16.n.1.7611

Palavras-chave:

José Potyguara, Benedicto Monteiro, Seringal, Garimpo

Resumo

Este trabalho tem por objetivo discutir acerca dos distanciamentos e aproximações entre os romances Terra caída (1961), de José Potyguara, e Maria de todos os rios (1992), de Benedicto Monteiro. Desse modo, pretende-se confrontar as duas obras no que diz respeito à figuração da Amazônia e as relações desiguais no trabalho da seringa e da garimpagem de ouro. No primeiro momento, buscou-se discorrer sobre os aspectos históricos da economia gomífera e do garimpo de ouro, bem como as suas representações na literatura brasileira; em seguida, apresentou-se os escritores José Potyguara e Benedicto Monteiro como autores da literatura da Amazônia; por fim, analisou-se os dois romances a fim de cumprir com os objetivos levantados. Para tanto, utilizou-se como referencial teórico textos que discutem sobre o período da borracha e de Serra Pelada, além de obras que tematizam a literatura e a figuração da Amazônia. Neste sentido, observou-se que apesar dos romances apresentarem momentos diferentes, pois enquanto o primeiro é ambientado no período da saga da borracha na Amazônia, o segundo apresenta o garimpo de Serra Pelada, é possível observar que eles se detiveram em figurar o espaço amazônico e as condições de trabalho desiguais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. Trad. Julia Romeu. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

ALMEIDA, Maria. A presença feminina nos seringais do Alto Juruá na obra Terra caída, de José Potyguara. Orientador: Hélio Rodrigues da Rocha. 2018. 111 f. Dissertação (Mestrado em Letras), Universidade Federal do Acre, Rio Branco, 2018.

AQUINO, Marçal. Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

BUENO, Ricardo. Borracha na Amazônia: as cicatrizes de um ciclo fugaz e o início da industrialização. Porto Alegre: Quattro Projetos, 2012.

CHRISTO, Laura. Quem são as mulheres em Terra Caída? Um encontro entre o feminismo e o pós-colonialismo. Orientador: Miguel Nenevé. 2020. 109f. Dissertação (Mestrado em Letras), Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2020.

DIMENSTEIN, Gilberto. Meninas da noite - a prostituição de meninas-escravas no Brasil. São Paulo: Editora Ática, 1992.

FERNANDES, José. Literatura brasileira de expressão amazônica, literatura da Amazônia ou literatura amazônica? Graphos, João Pessoa, Vol. 6, n.º2/1, p. 111-116, 2004. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/graphos/article/view/9540/5188 Acesso em 4 ago. 2022.

FURTADO, Marlí. Narrativas amazônicas. In: JOBIM, José; ARAÚJO, Nabil. SASSE, Pedro (org.). (Novas) Palavras da Crítica. Rio de Janeiro: Edições Makunaima, 2021, p. 519-544.

GENETTE, Gérard. Discurso da narrativa. Lisboa: Vega, 1995. GONDIM, Neide. A invenção da Amazônia. São Paulo: Marco Zero, 1994.

LEANDRO, Rafael Voigt. Os ciclos ficcionais da borracha e a formação de um memorial literário da Amazônia. Goiânia: Editora Espaço Acadêmico, 2016.

LIMA, Luiz Costa. Sociedade e discurso ficcional. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

LIMA, Renato; BUENO, Samira. Cartografias das violências na região amazônica: relatório final. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2022.

LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura amazônica: uma poética do imaginário. Belém: Cultural Brasil, 2015.

MACAGGI, Nenê. A mulher do garimpo: romance do extremo sertão norte do Amazonas. Manaus: Imprensa Oficial, 1976.

MATHIS, Armin. Serra Pelada. Papers do NAEA, Belém, n. 050, p. 1-19, 1995. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/pnaea/article/download/11954/8270 Acesso em 21 jan. 2022.

MONTEIRO, Benedicto. Maria de todos os rios. Belém: CEJUP, 1995.

MONTEIRO, Mário Ypiranga (1909-2004). História da Cultura Amazonense: I e II. Manaus: Fundo Municipal de Cultura, 2016.

NASCIMENTO, Maria de Fatima do. A representação alegórica da ditadura militar em O Minossauro, de Benedicto Monteiro: fragmentação e montagem. Orientadora: Suzi Frankl Sperber. 2004. 143 f. Dissertação (Mestrado em Teoria e História Literária). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

OLIVEIRA, Keila; NENEVÉ, Miguel; SAMPAIO, Sônia. Discurso e poder: um olhar sobre a obra Terra caída, de José Potyguara. Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade – IGARAPÉ, Porto Velho, v.1, n.2, p. 18- 28, 2016. Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/1614 Acesso em: 10 mai. 2023.

PACHÊCO DE SOUZA, Abilio. "No rastro e no rumo das palavras", dos fragmentos, da história brasileira recente na obra de Benedicto Monteiro. Orientador: Márcio Orlando Seligmann-Silva. 2020. 246 f. Tese (Doutorado em Teoria e História literária), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2020.

Paraense Airton Souza vence Prêmio Sesc de Literatura edição de 2023 com o melhor Romance. O Liberal, Belém, 24 de mai. de 2023. Disponível em: https://www.oliberal.com/cultura/paraense-airton-souza-vence-premio-sesc-de-literatura- edicao-de-2023-com-o-melhor-romance-1.684878 Acesso em: 28 mai. 2023.

POTYGUARA, José. Terra caída. São Paulo: Globo, 2007. RANGEL, Alberto. Inferno verde. Tipografia Minerva: s/l, 1914.

SAID, Edward. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Tradução de Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

WOLFF, Cristina Scheibe. Marias, Franciscas e Raimundas: uma história das mulheres da floresta. Alto Juruá, Acre, 1890-1945. Orientador: Maria Odila Leite da Silva Dias. 1998. 284 f. Tese (Doutorado em História social), Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

Downloads

Publicado

03/10/2023

Como Citar

Freire Furtado, R., & Furtado, M. T. (2023). Aproximações e distanciamentos entre os romances Terra caída (1961), de José Potyguara, e Maria de todos os rios (1992), de Benedicto Monteiro. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 16(1), 7–22. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.16.n.1.7611