Yuxin, Alma à luz dos conceitos da teoria dos símbolos, de Northrop Frye

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7822

Palavras-chave:

Anatomia da crítica, Northrop Frye, Yuxin, Alma, Ana Miranda, Robert D. Denham, Símbolos

Resumo

O presente artigo consiste em uma leitura de alguns símbolos presentes em Yuxin, Alma (2009), romance de Ana Miranda, tendo como referencial teórico os estudos de Northrop Frye (1973) e Denham (1978); já como objetivo, pretende-se ressaltar como, no primeiro capítulo da narrativa de Ana Miranda, tanto os aspectos formais quanto os aspectos discursivos sugerem camadas de significados a serem reveladas pelas cinco fases simbólicas que Frye conceitua como: fase literal, como motivo; fase descritiva, como signo; fase formal, como imagem; fase mítica, como arquétipo; e a fase anagógica, como mônada. Ao aplicar a teoria dos símbolos no primeiro capítulo, o romance apresentou uma construção simbólica que dialoga com a estrutura esboçada por Frye em sua teoria, pois muitos símbolos, ao serem interpretados pelo método das cinco fases, possibilitam uma percepção do modus operandi da escritora, além de um encantador prazer estético e uma profunda reflexão acerca dos saberes dos povos da mata. Esses saberes nos levam a perceber que, para os povos da mata, não há distinção entre o homem e natureza, ou seja, a natureza não pode ser explorada e transformada pela humanidade em celeiro de matéria-prima. Pois na perspectiva dos povos da floresta, a natureza e o homem fazem parte um do outro, assim, toda arte tem um pouco do humano e da natureza, uma vez que um compõe o outro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BYLAARDT, Marina Paulino. A DANÇA DO MITO NO APRENDIZADO DOS KENE A AQUISIÇÃO DA ARTE PELO POVO HUNI KUĨ, 2019. Disponível em: https://revistas.ufac.br/index.php/jamaxi/article/view/3306/2121 Acesso em: 24 jun. 2022.

CARVALHO, Gabriela Cristina et al. A fluidez de Yuxin: uma poética da alma selvagem. Orientadora: Rosana Cássia Kamita. 2013. Dissertação (Mestrado em Literatura) – Centro de Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/107188 Acesso em: 02 jul. 2022.

Denham, Robert D. Northrop Frye and Critical Method. Pennsylvania State University Press, 1978. Disponível em: https://macblog.mcmaster.ca/fryeblog/critical-method/theory-of-symbols.html Acesso em: 20 jun. 2022.

DO AMARAL, Leandro Ribeiro. Patrimônio cultural e a garantia de direitos intelectuais indígenas: construção de sentido a partir da experiência Huni kuin. 2014. Dissertação (Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultura) – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Brasília, 2014. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Mestrado_em_Preservacao_Dissertacao_AMARAL_Leandro_Ribeiro_do.pdf Acesso em: 28 jun. 2022.

FRYE, Northrop. Anatomia da Crítica. Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos. São Paulo: Cultrix, 1973.

FRYE, Northrop. The archetypes of literature. The Kenyon Review, v. 13, n. 1, pág. 92-110, 1957. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/4333140 Acesso em: 01 jul. 2022.

Frye, Northrop. Levels of Meaning in Literature. The Kenyon Review, vol. 12, no. 2, 1950, pp. 246–62. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/4333140?origin=JSTOR-pdf Acesso em: 24 jun. 2022.

LIMA, J. M. de et al. Observações sobre o processo de patrimonialização dos Kene Huni Kuĩ. In: CUNHA, M. C. da; CESARINO, Pedro de Niemeyer (Org.). Políticas Culturais e Povos Indígenas. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014. Cap. 8. p. 219-239

LAGROU, E. M. Uma etnografia da cultura kaxinawa entre a cobra e o inca. (Kaxinawa, Acre). 1991. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1991. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/30356943.pdf Acesso em: 30 jun. 2022.

LAGROU, E. M. A fluidez da forma: arte, agência e alteridade em uma sociedade amazônica. (Kaxinawa, Acre). Rio de Janeiro: TopBooks, 2007.

MAIA, D. (Org). Kene: a arte dos Huni Kuĩ. Rio de Janeiro: CNFCP, 1999. 32 p. Disponível: https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/KXD00065.pdf Acesso em: 28. jun. 2022

MIRANDA, Ana. Yuxin, Alma. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p.17-18.

OPIAC. A Arte do Kene: a arte dos Huni Kui. Rio Branco: Mayara Montenegro, [s.d].

SILVA, Vera Maria Tietzmann (Org.). E por falar em Marina Colasanti...Estudos sobre Marina Colasanti. Goiânia: Cânone Editora, 2003.

Downloads

Publicado

27/12/2023

Como Citar

Ferreira, J. F. B., & Ramos, E. dos S. (2023). Yuxin, Alma à luz dos conceitos da teoria dos símbolos, de Northrop Frye. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 16(3), 402–420. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7822