Memórias e auto-histórias: poéticas indígenas de autoria feminina
DOI:
https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.14.n.2.5993Palavras-chave:
Literaturas indígenas contemporâneas. Autoria feminina. Graça Graúna. Márcia WaynaKambeba.Resumo
O movimento literário articulado por escritores indígenas tem se destacado cada vez mais no país, com os sujeitos conquistando espaços nas editoras, escolas e também em pesquisas acadêmicas. A presença feminina é fundamental nas literaturas indígenas contemporâneas, já que Eliane Potiguara pode ser considerada precursora do movimento. A autoria das mulheres tanto é marcante no campo literário quanto também no trabalho intelectual, pois as indígenas produzem conhecimento que pluraliza as pesquisas nas universidades. Graça Graúna (Potiguara) e Márcia WaynaKambeba (Omágua/Kambeba) integram esse cenário ao escreverem para ativar memórias e reconstruírem as próprias identidades. O objetivo desse artigo é examinar poéticas indígenas elaboradas pelas autoras nos textos “Porantinando” (Graça Graúna); e “AyKakyri Kama” (Márcia Kambeba). Recorre-se às discussões sobre apropriação transformadora (Martín-Barbero, 1997); emergência do movimento literário indígena (Potiguara, 2020); auto-história (Sioui, 1989; Graúna, 2013). O percurso metodológico do estudo se ancora na pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa, tendo em vista o exercício de análise crítica dos poemas. Assim, a investigação demonstra que as produções de Graça Graúna e Márcia Kambeba tecem auto-histórias fundamentais para expandir o campo literário indígena contemporâneo.
ABSTRACT
The literary movement articulated by indigenous writers has increasingly stood out in the country, with the subjects conquering space in publishing houses, schools and also in academic research. The female presence is fundamental in contemporary indigenous literature, since Eliane Potiguara can be considered a precursor of the movement. The authorship of the women is as remarkable in the literary field as in the intellectual work, because the indigenous produce knowledge that pluralizes the research in the universities. Graça Graúna (Potiguara) and Márcia Wayna Kambeba (Omágua/Kambeba) integrate this scenario by writing to activate memories and reconstruct their own identities. The objective of this article is to examine indigenous poetics elaborated by the authors in the texts "Porantinando" (Graça Graúna); and "Ay Kakyri Tama" (Márcia Kambeba). It uses discussions about transformative appropriation (Martín-Barbero, 1997); the emergence of the indigenous literary movement (Potiguara, 2020); self-history (Sioui, 1989; Graúna, 2013). The methodological path of the study is anchored in bibliographic research, with a qualitative approach, in view of the exercise of critical analysis of the poems. Thus, the research shows that the productions of Graça Graúna and Márcia Kambeba weave fundamental self-histories to expand the contemporary indigenous literary field.