Sparitsa
o encantado amazônico nas poéticas da voz Rikbaktsa
DOI:
https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.18.n.01.8705Palavras-chave:
Povo Rikbaktsa, Encantado, Narrador, Narrativa, Poéticas da VozResumo
Este estudo apresenta e analisa uma narrativa oral do povo Rikbaktsa, que nos leva a conhecer o Sparitsa, um ser antropomorfizado que se materializa a partir de memórias e vozes deste povo que milenarmente habita o vale do rio Juruena, sendo gravada em 2017, quando um narrador nos desvelou um dos seus encantados. A narrativa que foi coletada na Aldeia União, local que sediou um encontro de narradores experientes, será analisada à luz de Raymundo Heraldo Maués (1995), Walter Benjamin (1987) e François Hartog (1999) que respectivamente abordam: os encantados da Amazônia, o narrador oral e o ato narrativo; que já não é mais tão comum nos dias atuais, pois as forças produtivas cada vez mais, tem abreviado o tempo e enclausurado os narradores. Deste modo, neste estudo, escutar o outro é uma forma de respeito e também um retorno ao passado, em busca das raízes e da essência da humanidade, cuja sensação nos sugere que foi perdida entre os labirintos da Revolução Tecnológica, da Revolução Industrial, da Era Digital. Durante as análises, o que nos chamou a atenção na figura do encantado são os traços semelhantes aos do colonizador: pele branca, postura intimidadora. No decorrer dos anos de pesquisa pude constatar que a região Noroeste, mesmo não fazendo parte do mercado editorial, possui Literatura, que se materializa no costurar de vozes dos moradores, podendo ser apreciada, presenciada ou pesquisada pelo crivo da crítica literária.
Referências
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