Saberes e resistências da floresta: boiuna e a poética da descolonização

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.18.n.01.8677

Palavras-chave:

Boiuna, Maraguá, literatura indígena, Encantarias, Descolonização

Resumo

O presente estudo traz como foco temático o ser encantado Boiuna, mostrando sua figuração em diversas histórias da Amazônia e em especial na narrativa “Boiuna”, narrada por contadores da nação Maraguá e inserida no livro Maraguápéyára. O objetivo é demonstrar que essas narrativas se erguem frequentemente como um discurso de denúncia dos ataques à floresta, desvelando uma espécie de poética da descolonização.

Biografia do Autor

  • Marisa Martins Gama-Khalil, Universidade Federal de Uberlandia

    Possui doutorado em Estudos Literários pela UNESP/Araraquara e pós-doutorado pela Universidade de Coimbra. Pesquisadora Produtividade em pesquisa do CNPq. Professora titular aposentada da UFU. Professora visitante do programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UNEMAT, campus Tangará da Serra. Líder do GT ANPOLL Vertentes do Insólito Ficcional. Líder do Grupo de Pesquisas em Espacialidades Artísticas (GPEA). Pesquisadora do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra. Orcid: 0000-0003-2236-4334; E-mail: mmgama@gmail.com

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Publicado

04/07/2025

Como Citar

Saberes e resistências da floresta: boiuna e a poética da descolonização. (2025). Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 18(01), 27-38. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.18.n.01.8677

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