O memorial de formação como atividade metacognitiva de pedagogas recém-formadas
o caso do IFESP/RN
DOI:
https://doi.org/10.69568/2237-5406.2025v11e8784Palavras-chave:
memorial de formação, atividade metacognitiva, representações mentais, pedagogas recém-formadasResumo
O Memorial de Formação, enquanto gênero acadêmico consiste em ser um instrumento que pode possibilitar ao profissional de educação ou de outra área, a revisitação da memória e com isso pode vir a ressignificar algumas lembranças para com essas estabelecer em sua narrativa uma relação entre a formação escolar, profissional e acadêmica, considerando as teorias estudadas e as experiências vividas em contato com o conhecimento humano e profissional. Nesse estudo qualitativo, nosso o objetivo geral consistiu em identificar as representações mentais que se enunciam nos memoriais de formação de pedagogas recém-formadas no ano de 2020 do IFESP/RN, em relação à revisitação de suas memórias como atividade metacognitiva. Para tanto, realizamos uma pesquisa documental, cujos instrumentos de coleta de dados foram cinco memoriais de formação de pedagogas recém-formadas do IFESP/RN. Os resultados demonstram as representações mentais dessas profissionais, cujas lentes se direcionam para o desejo de elas terem como sonho formar-se pedagogas diante de adversidades vividas. Também revelou o Memorial de Formação como um potente instrumento autorreflexivo e autoformativo para que o sujeito – no caso, as cinco pedagogas - possa (re)pensar sobre o seu próprio desenvolvimento profissional e trajetória acadêmico-profissional. Por fim, os discursos das pedagogas revelaram a escolha pela profissão docente como uma estratégia de potencializar seu ingresso/aperfeiçoamento no mercado de trabalho, se tendo, por conseguinte, repercussões financeiras.
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