KAXARARI E MIGUELENO: PERSPECTIVAS FEMININAS SOBRE A ORGANIZAÇÃO DE SEUS TERRITÓRIOS
DOI:
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v7i2.5587Palavras-chave:
Associativismo, feminismo indígena, gênero, povo Kaxarari, povo Migueleno.Resumo
O Estado de Rondônia apresenta uma imensa diversidade de povos originários do Brasil que mantém vivas as suas culturas, línguas e organizações sociais. Destes povos, as mulheres que fazem parte dos grupos que não se encontram em isolamento voluntário, são vinculadas à Associação de Guerreiras Indígenas de Rondônia (AGIR), primeira organização com caráter exclusivamente feminino e indígena do estado. Para este artigo, entrevistamos duas lideranças femininas indígenas durante a IV Assembleia Ordinária da AGIR, o que nos permitiu notar diferenças entre as realidade dos povos indígenas. A primeira entrevistada é de uma terra demarcada que possui lideranças femininas (cacicas); a terra Kaxarari. E a segunda entrevistada é de Porto Murtinho território onde foi alojado o povo Migueleno, este território ainda não é demarcado como terra indígena e é comandado por homens. Assim, para este trabalho, traçamos uma perspectiva de gênero a respeito da organização territorial e representação dentro de dois territórios com realidades distintas através da fala de suas lideranças femininas.
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