A escrevivência amazônida nas poéticas de Amanara Brandão Lube e Mari Santos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.2.7053

Palavras-chave:

Escrevivência, Resistência, Poesia, Amanara Brandão Lube, Mari Santos

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar de que maneira a ancestralidade e a resistência estão presentes em dois poemas da obra Entre portos: narrativas às margens (2021), da escritora rondoniense Amanara Brandão Lube, e dois poemas do livro A não tão grande outra (2022), da poeta e rapper rondoniense Mari Santos. Tais poemas serão analisados a fim de que possamos compreender a potência poética e a força que se tensionam nessas duas escritas, que apesar de distintas falam de um mesmo lugar. Conceição Evaristo, em Ponciá Vicêncio (2017, p. 9), analisa a escrita feita por mulheres negras como “ato político”, nesse sentido, compreendemos a barreira que as escritoras aqui mencionadas enfrentaram ao lutarem não só por espaço editorial, mas também pela condição étnica, social e geográfica. Estas nuances aparecem nos poemas analisados, reverberando poeticamente no cotidiano apresentado, as violências simbólicas e factuais oferecem uma crítica audaz ao nosso tempo, denunciando desde os silenciamentos pelos quais as mulheres passam, até a ausência de direitos sobre o próprio corpo. Para tanto, esta pesquisa recorre aos estudos críticos de Conceição Evaristo (2017), Audre Lorde (2019), bell hooks (2019) e demais pesquisadoras que nos ajudem a compreender a escrevivência e a resistência que atravessam os poemas das obras aqui analisadas.

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Publicado

13/10/2022

Como Citar

Silva, E., & Silva, P. (2022). A escrevivência amazônida nas poéticas de Amanara Brandão Lube e Mari Santos. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 15(2), 5–17. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.2.7053