O Componente Arbóreo de 1,0 ha de Floresta de Várzea no Sudoeste da Amazônia, Rondônia, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.47209/2317-5729.v.9.n.3.p.78-89Keywords:
Áreas inundáveis, Fitossociologia, Florística, Miconia poeppigiiAbstract
O bioma Amazônico é constituído por um mosaico de formações florestais e não florestais dentre as quais as florestas inundáveis correspondem a 10% do bioma. Estudou-se uma área de floresta sujeita a inundação sazonal pelo igarapé Belmont no Parque Natural Municipal de Porto Velho com o objetivo de conhecer sua composição florística e estrutural. O levantamento foi realizado em uma área de 1,0 ha subdividida em 10 partes de 10m x 100m dispostas de forma contígua. Foram medidos os indivíduos arbóreos com diâmetro à altura do peito (DAP) superior ou igual a 10 cm. Estimaram-se os parâmetros fitossociológicos para espécies, índices ecológicos e foram determinados os padrões de distribuição diamétrica para a comunidade e principais espécies. Foram amostrados 607 indivíduos, distribuídos em 35 famílias, 75 gêneros e 113 espécies. Fabaceae foi a família com maior riqueza específica, 17 espécies. Um total de 16 famílias apresentou uma espécie. A família com maior densidade foi Arecaceae (100 indivíduos) e Fabaceae (18 espécies) apresentou a maior riqueza específica. A espécie Miconia poeppigii Triana foi a mais abundante, e também a espécie que obteve maior valor de importância com uma distribuição diamétrica exponencial negativa. Um total de 45 espécies (39,8%) foram localmente raras. O índice de diversidade de Shannon-Weaner (H’) foi de 3,90 nats. indˉ¹ e o índice de equabilidade de Pielou foi de 0,826, um dos maiores índices para estas formações. A distribuição diamétrica das espécies demonstrou padrões característicos de espécies de diferentes estágios sucessionais indicando intensa substituição de espécies. As áreas de várzea do Parque desempenham papel importante na conservação de espécies de formações inundáveis da bacia do rio Madeira. Os resultados apresentados sugerem a necessidade de mais estudos em áreas alagadas no Parque Municipal de Porto Velho, para melhor conhecimento da composição e estrutura de sua flora local.