A temática deste artigo “As duas bandas da cuia: patrimônio cultural imaterial do Brasil” é fruto da rica vivência e desdobramento das pesquisas intituladas “As cuias bordadas de Aritapera: conhecimento, saber e arte, e “Pintando cuias, pintando vidas: tradição e arte pelas mãos da família Camargo Fona. As cuias bordadas e pintadas constituem um fazer artesanal de origem indígena, e sua importância consiste nas relações, contextos e aos modos de vida que envolvem o universo ribeirinho e urbano, sua relação com o espaço amazônico, a utilização dos recursos naturais e sua manutenção para produção sustentável das cuias bordadas e pintadas. Todos estes elementos são de grande interesse para a Geografia Cultural Humanística, pois os estudos geográficos na comtemporaneidade têm ampliado o seu campo de pesquisa ao buscar compreender a condição espacial das relações humanas, bem como a dimensão simbólica da cultura. O referido artigo tem o desafio de expor uma temática pouco conhecida no contexto acadêmico, e justifica-se por possibilitar o debate e ensejar novos estudos, ao desvelar para a sociedade, o universo do artesanato das cuias de Santarém. Deste modo, nosso objetivo compreende sobre a importância do reconhecimento e patrimonialização do modo de saber-fazer o artesanato de cuias, no tocante aos dois seguimentos – bordadas e pintadas, no município de Santarém-Pará.
Referências
ANDRADE, Mario de. A cuia de Santarém. In: Suplemento Literário de Diretrizes, Rio de Janeiro, Ano 2, nº 20, nov. 1939. (Série Matérias extraídas de periódicos, Arquivo Mário de Andrade, IEB/USP).
AMORIM, Antonia Terezinha dos Santos. Santarém: Uma síntese histórica.
Canoas: Ed. ULBRA, 1999.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: DF, 1988.
CAMARGO FONA, Angelsea A. Lobato. Pintando cuias, pintando vidas: Tradição e arte pelas mãos da família Camargo Fona 2015. 284 f. Dissertação, Mestrado em
Geografia, Programa de Pós Graduação Mestrado, Universidade Federal de Rondônia.
Porto Velho, 2016.
CARVALHO, Luciana. O artesanato de cuias em perspectiva – Santarém. Rio de
Janeiro: IPHAM, CNFCP, 2011.
CARVALHO, Luciana; SANTOS, A.M. Terra água, mulheres e cuias: Aritapera,
Santarém, Pará, Amazônia. Belém: Prodetur, 2012.
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Almanaque Pitinga. Organização de Aída Bezerra e Renato Costa. -- Rio de Janeiro: IPHAN, CNFCP, 2011.
CLAVAL, Paul. A Geografia Cultural. Tradução: Luíz Fugazzola Pimenta e
Margareth de castro Afeche Pimenta. 2ª Ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2001.
FERREIRA, Alexandre Rodrigues. Memórias sobre as cuyas (1786). Revista Nacional
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Patrimônio Cultural Imaterial : para saber mais / Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ; texto e revisão de, Natália Guerra Brayner. -- 3. ed. -- Brasília, DF: Iphan, 2012.
LERY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1980
LODY, Raul. Brasil bom de boca: temas da antropologia da alimentação.
São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2008.
NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em:
SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO – SEMTUR. Inventário da Oferta e
Infra- Estrutura Turística de Santarém. Divisão de Planejamento Turístico:
Atualização, 2010.
SOUSA, Ádria Fabíola Pinheiro de; SILVA, Josué da Costa. Práticas de Cura pelas Mãos de Dona Lenil, Sabedora da Comunidade Enseada do Aritapera, Várzea de Santarém, Pará. Revista Latino Americana de Geografia e Gênero, v. 9, n. 1, p. 120137, 2018.
TUAN, Yu-Fu. Espaço e lugar. A perspectiva da experiência. Londrina: Eduel, 2013.