ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL E ESGOTAMENTO SANITÁRIO EM RESERVAS EXTRATIVISTAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ESTUDO DE CASO NA COMUNIDADE ÁGUA BRANCA DO CAJARI-AP
DOI:
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v11i3.8138Palabras clave:
Comunidades tradicionais, Saneamento básico, Dívida Sanitária, Vulnerabilidade socioambientalResumen
O estudo aborda os desafios de acesso à água potável e ao esgotamento sanitário nas reservas extrativistas da Amazônia brasileira, com foco na comunidade Água Branca do Cajari, Amapá. Foram aplicados formulários semiestruturados para coletar dados sobre população, escolaridade, formas de abastecimento, armazenamento e tratamento da água, esgotamento sanitário e renda. Adicionalmente, observações in situ foram realizadas. Adicionalmente, foram realizadas amostragens de águas destinadas ao consumo humano entre 2015 e 2022 – uma campanha para cada período, analisando parâmetros como pH, condutividade elétrica, turbidez, coliformes totais e Escherichia coli, amônia, nitrato, entre outros. Os resultados apontaram sérios problemas no acesso à água, seja em quantidade suficiente e em qualidade, bem como no tratamento e no encaminhamento ambientalmente adequado dos esgotos sanitários, comprometendo, assim, a saúde ambiental da população da comunidade. Em ambas as campanhas, verificou-se o não cumprimento dos padrões de potabilidade definidos na Portaria M.S nº 888/2021, com destaque para a contaminação por coliformes totais e/ou Escherichia coli em 90% e 80% das amostras analisadas, respectivamente, no período supracitado. Isso evidencia a baixa efetividade das tecnologias sociais implementadas em fornecer água segura à população. Embora o Projeto Sanear Amazônia não tenha melhorado significativamente os indicadores de qualidade da água e reduzido o déficit de acesso, ele contribuiu para a instalação de banheiros próximos ou nas residências, o que melhorou a infraestrutura domiciliar e as condições sanitárias da comunidade.
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