Rede de letras em Soleil Sonne, de Pierre Garnier
DOI:
https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.14.n.1.5685Palavras-chave:
Pierre Garnier. Poesia visual. Letra. Rede.Resumo
O projeto estético do Espacialismo, proposto por Pierre Garnier e Ilse Garnier e iniciado nos anos sessenta na França, é um diálogo com experimentos gráficos e vinculado a uma abordagem teórica que visa à autonomia do poema no espaço da página e à exploração dos sentidos dos leitores. Para o presente artigo, escolheu-se o recorte de cinco poemas de Pierre Garnier, da obra Soleil Sonne (2012) [1968], em que encontramos a visualidade decomposta em letras, trabalhando o mínimo da palavra na fricção da página. Ao lermos estes poemas visuais sob a metáfora da rede, observamos os deslocamentos das letras em um jogo apropriado em repetições. Com os suportes do trabalho teórico de Pierre Garnier, trazemos também para debate Rancière (2000), a respeito de uma partilha do sensível, Jean-Luc Nancy (2006), sobre a poesia contemporânea, Flora Süssekind (1987), com a questão da máquina e a produção de escrita na modernidade, bem como Blanchot (2005), sobre o poema por vir. Os diálogos com as análises dos poemas visuais reforçam a ideia composicional em rede de letras como forma de descentramento do poema visual e colaboram para apreensão de novos sentidos.
ABSTRACT
The aesthetical project of Spatialism, proposed by Pierre Garnier and Ilse Garnier in the sixties in France, is a dialogue with graphic experimentations connected to a theoretical approach aiming at the autonomy of the poem within the space of the page and at the exploration of readers’ senses. For this paper, we chose five poems by Pierre Garnier, from the book Soleil Sonne (2012) [1968], I which we can find visuality decomposed in letters, working on the minimum of words in friction on a page. By reading these poems through the metaphor of networks, we observe the movement of letters in a game of repetitions. Grounded on the theoretical works by Pierre Garnier, we also borrow from Rancière (2000), as to a distribution of the sensible, from Jean-Luc Nancy (2006), as to contemporary poetry, from Flora Sussekind (1987), as to machine and writing in modern times, as well as from Blanchot (2005), as to the poem to come. The dialogues with the analysis of visual poems reinforce the compositional idea of networks of letters as a way of decentering in visual poems and lead to grasping new meanings.