Os arranjos poéticos- políticos de Alberto Pucheu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.4.7110

Palavras-chave:

Arranjos, Poesia, Apropriação

Resumo

Este trabalho propõe discutir como o poeta e professor Alberto Pucheu lança mão de falas e de discursos alheios como matéria para sua produção poética. Denominada por ele de arranjos, essas composições, que aparecem em suas primeiras obras, são retiradas de seu espaço original e ordinário - geralmente do cotidiano da cidade e das ruas – e lançadas/recriadas em versos. Nesse sentido, o poeta seria o porta-voz dessas inscrições, desalojando-as de seu caráter mais banal, ou um selecionador e montador de trechos de conversas, de bilhetes, de e-mails, de escutas diversas? Se parte desse material preexiste, o que, afinal, é “originalidade” na escrita poética? Como embasamento teórico, buscamos trazer à baila os debates sobre autoria não original, de Marjorie Perloff (2013), e os procedimentos de apropriação de escritas no século XXI, tais como as práticas de montagem, problematizados por Leonardo Villa-Forte (2019). Esses gestos de deslocar, de escolher e de rearranjar os textos intensificam a dimensão interventiva da poesia no nosso tempo.

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Publicado

21/04/2023

Como Citar

Macedo, T. T. S. de. (2023). Os arranjos poéticos- políticos de Alberto Pucheu. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 15(4), 47–61. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.4.7110