Entre matas e margens

uma poética do imaginário e encantamentos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.18.n.01.8697

Palavras-chave:

Imaginário, Matas, Margens, Hatoum, Rosa

Resumo

Este artigo se propõe a refletir o atributo do imaginário, do encantamento e da água como elemento central em duas narrativas: Órfãos do Eldorado, de Milton Hatoum, e A terceira margem do rio, de João Guimarães Rosa. Textos que como as águas que se encontram e se misturam, ainda que diferentes - a narrativa em gênero novelístico e a narrativa em conto, não sendo este o objeto da nossa reflexão – confluem e desaguam em uma navegação por narrativas-rios – água – condutoras das estórias, de vidas em trânsito, de sujeitos subalternizados, marginalizados e excluídos, dos rincões da Amazônia ao profundo o Sertão. O roteiro teórico parte da reflexão a respeito do imaginário amazônico e sua poética, de João Jesus de Paes Loureiro (2015) e Leandro Tocantins (1988), passando pelos estudos de Gaston Bachelard (2018), Neide Gondim (2019), Ana Pizarro (2012) entre outros que contribuam para com as questões suscitadas neste trabalho. As águas carregam suas encantarias, se unem ao discurso do sertanejo, do caboclo, do ribeirinho e do nativo na construção de sua memória e identidade, são águas-encantos que banham as margens, irrigam as matas e evocam o pertencimento. 

Biografia do Autor

  • Eulisson Nogueira de Sousa, Universidade do Estado de Mato Grosso

    Doutorando em Estudos Literários pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), eulisson.nogueira@unemat.br, https://orcid.org/0000-0001-7340-9892

Referências

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Publicado

04/07/2025

Como Citar

Entre matas e margens: uma poética do imaginário e encantamentos. (2025). Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 18(01), 100-110. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.18.n.01.8697

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