O fantasma da obra: autoralidade e instâncias da enunciação na cenografia autobiográfica
DOI:
https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.7.n.2.p.219-237Palavras-chave:
Análise do discurso, autoralidade, instâncias da enunciação.Resumo
Este artigo propõe uma análise do funcionamento discursivo da autoria e das instâncias de enunciação em textos autobiográficos, a partir do quadro conceitual da Análise do discurso (MAINGUENEAU, 2016), com o objetivo de investigar de que modo os eventos enunciativos do corpus instituem um regime de subjetivação em que se inscrevem imagens de autor, constituídas na cenografia que legitima a enunciação. Analiso os eventos enunciativos de textos autobiográficos associados ao campo da Psicologia. O estudo se desenvolve em torno ao mecanismo de inscrição da subjetividade por meio da mobilização das noções de imagem de autor e cenografia, a fim de reafirmar a tese de que o enunciador cria as condições da própria enunciação. Trabalho com um corpus composto de textos autobiográficos de Carl Gustav Jung (1875-1961) – fundador da Psicologia Analítica, portanto, um posicionamento específico de um discurso constituinte. A análise apresentada demonstra que, no texto autobiográfico “Livro Vermelho”, a cenografia valida a inscrição da subjetividade autoral e legitima a fala individual como campo de estudos. O fato de a publicação da obra póstuma de Jung ter modificado a imagem do autor permite afirmar que, em um regime de subjetivação discursiva, inscrevem-se ao menos três instâncias de enunciação distintas na cenografia autobiográfica.
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