LUTA E RESISTÊNCIA DO POVO TENHARIN FRENTE AO EMPREENDIMENTO BARRAGEM TABAJARA NO RIO MACHADO

Autores

  • Francisco Ferreira Neto Universidade Federal do Amazonas
  • Jordeanes do Nascimento Araújo Universidade Federal do Amazonas
  • Gabriel Garcêz Bertolin Bertolin Universidade de Sao Paulo- USP
  • Adriana Francisca de Medeiros UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA https://orcid.org/0000-0001-9290-0417

DOI:

https://doi.org/10.36026/rpgeo.v8i2.6144

Palavras-chave:

conflitos socioambientais, política indígena, Tenharin Kagwahiva, Sul do Amazonas.

Resumo

A História do Povo Tenharin está envolta nos processos de ocupação da Amazônia, principalmente aqueles ligados ao sistema de Seringal e a construção da BR-230, nos anos 1970. A Transamazônica, como política estatal, modificou a organização social, cultural, política, econômica e estrutural das aldeias. Estrategicamente, os Tenharin passaram a ocupar a margem da estrada, como forma de garantir a defesa territorial e cultural, num esforço de empreender a luta por seus direitos constitucionais. Este trabalho teve como objetivo problematizar os dilemas da "ilusão da participação" de povos indígenas, especialmente os Tenharin-Kagwahiva afetados pela implementação de grandes empreendimentos, notadamente no que concerne a Hidrelétrica do Tabajara. De fato, 50% dos castanhais naturais da terra indígena Tenharin irão ser comprometidos pela hidrelétrica. Além disso, este trabalho buscou pontuar as estratégias indígenas de resistência frente a ação da agência estatal.

Biografia do Autor

  • Francisco Ferreira Neto, Universidade Federal do Amazonas
    Graduando em Letras pela Universidade Federal do Amazonas. Pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afrobrasileiros e Indígenas-NEABI, Campus do Vale do Madeira –IEAA.         
  • Jordeanes do Nascimento Araújo, Universidade Federal do Amazonas
    Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista- UNESP (2019).Mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (2010).Graduação em Ciências Sociais - Bacharelado e Licenciatura pela Universidade Federal do Amazonas (2007). Pesquisador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia desde 2010. Antropólogo, atualmente é Professor Adjunto II da Universidade Federal do Amazonas/ Campus de Humaitá. Coordena o projeto Mapeamento de garimpos ilegais, desmatamentos, madeireiras ilegais em Terras Indígenas no Sul do Amazonas. Financiamento: Climate Land Alliance-CLUA. Antropólogo com experiência em Antropologia Indígena , atuando principalmente nos seguintes temas: Amazônia, cultura, identidades, territorialidades e conflitos socioambientais       
  • Gabriel Garcêz Bertolin Bertolin, Universidade de Sao Paulo- USP
    Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo (USP), bolsista, pelo período de 12 meses, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e atualmente bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).E membro do Grupo de Estudos em Etnologia também na UFSCar. Possui Graduação em Ciências Sociais (licenciatura e bacharelado) pela Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) com monografia na área de Antropologia Social, resultado do projeto de iniciação científica financiado pela FAPESP     
  • Adriana Francisca de Medeiros, UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA

    Pedagoga ( UFRN);  Especialista em : Educação Infantil (UFRN) e literatura e Ensino ( IFRN); Mestre em Educação (UFRN); doutorado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente ( UNIR) com período sanduíche na  University of Florida

                         

Referências

ALMEIDA, Alfredo Wagner B. terras de quilombo, terras indígenas, “babaçuais livres”, “castanhais do povo”, faxinais e fundo de pasto: terras tradicionalmente ocupadas. Manaus: EDUA/PPGSCA/UFAM, 2006.

ARAÚJO, Jordeanes do Nascimento. O fenômeno da Liderança Tupi Kagwahiva: Trajetórias sociais, Resistência e Movimento Indígena no sul do Amazonas (tese de Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Faculdade de Ciências e Letras – UNESP/Araraquara, 2019.

BARAÚNA, Gláucia. Conflitos Socioambientais no rio Madeira. (Tese de doutorado). Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Universidade Federal do Amazonas. 2014.

BERTOLIN, Gabriel Garcez. Entre Outros: Uma Análise da Transformação Ritual entre os Kagwahiva. Programa de Pós-graduação em Antropologia social (Dissertação de mestrado) UFSCAR, 2014.

BORDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: DEIFEL, 1989.

BORDIEU, Pierre. A miséria do Mundo. Petrópolis: Vozes, 1999.

CAVALCANTE, M. M.de A. Hidrelétricas do Rio Madeira-RO: território, tecnificação e meio ambiente/. 2012. 175 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós Graduação em Geografia, Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012.

FRASER, Nancy. Igualdade, identidade e justiça social. Le Monde Diplomatique Brasil. 2012.

FRASER, Nancy. Repensando o reconhecimento. Revista Enfoques: Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ. Rio de Janeiro, v.9, n.1, p114-128, agosto de 2010.

GEERTZ, Clifford. O saber local. Novos ensaios em Antropologia interpretativa. Petrópolis: Vozes, 2001.

GOHN, M. G. Teorias dos movimentos sociais. São Paulo: Edição Loyola, 2002.

MATOS, Maria Helena Ortolan. Rumos do movimento indígena no Brasil contemporâneo: experiências exemplares do Vale do Javari. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (Tese de Doutorado). Universidade Estadual de Campinas, 2006.

NÓBREGA, Renata da Silva. Contra as invasões bárbaras, a humanidade. A luta dos Arara (Karo) e dos Gavião (Ikólóéhj) contra os projetos hidrelétricos do Rio Machado, em Rondônia. Programa de Pós-Graduação em Sociologia (Dissertação de Mestrado). Universidade Estadual de Campinas, 2008.

PAZ, L.R.L. da. Hidrelétricas e terras indígenas na Amazônia: desenvolvimento sustentável. 2006. 211 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia, Ciências em Planejamento EnergÉtico., Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

SWARTZ, M. Introduction. In. (Ed.). local-levelpolitics: social and cultural perspectives. Chicago: Aldine, 1968, p. 01-46.

ZHOURI, Andréa. Belo Monte: crise do sistema ambiental e da democracia. In: ZHOURI, Andréa (Org.). Desenvolvimento, reconhecimento de direitos e conflitos territoriais. Brasilia: Aba, 2012. Cap. 2. p. 45-66.

Downloads

Publicado

15/10/2021

Como Citar

LUTA E RESISTÊNCIA DO POVO TENHARIN FRENTE AO EMPREENDIMENTO BARRAGEM TABAJARA NO RIO MACHADO. (2021). Revista Presença Geográfica, 8(2), 107-122. https://doi.org/10.36026/rpgeo.v8i2.6144

Artigos Semelhantes

11-20 de 135

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.