DO SERTÃO AOS SERINGAIS: HISTÓRIA DE VIDA DE UM SERINGUEIRO AMAZÔNICO, A FAMÍLIA SUSSUARANA
DOI:
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v8i2.6525Palabras clave:
AMAZÔNIA, NORDESTINO, SERINGUEIROResumen
Este trabalho tem como proposta apresentar a história de vida de um seringueiro amazônico que, como tantos, viveu os desafios e as mazelas impostas pelas secas do nordeste e as dificuldades do trabalho na floresta, iniciado no século XVIII. Trata-se do Seu Chico, Francisco Alves Sussuarana, de nome popular e sobrenome exótico cuja origem envolve narrativas que incidem em variações sincrônicas e diacrônicas, alimentando o imaginário de seus descendentes. Francisco Alves Sussuarana não foi herói nacional, muito menos, internacional, mas deixou um legado que mexeu com o pensamento coletivo de sua geração, mesmo após o centenário de seu nascimento (1909-1978). O valor desta pesquisa se encontra justamente no resgate da história/memória do pesquisado; construída por meio das narrativas de classes sociais composta de pessoas invisibilizadas, pelas narrativas históricas oficiais, que por ser uma pessoa humilde, não possui registros que pudessem facilitar os achados para subsídio deste trabalho. Contudo, a pesquisa seguiu percorrendo cominhos investigatórios exíguos e áridos, ao longo de dez anos, até que ganhasse corpo. A motivação deste estudo, se encontra na vontade de materializar em registro literário a história da família Sussuarana que, diante de tantos processos migratórios desafiadores, acabaram por perder algumas pistas que pudessem desvendar a trajetória deste seringueiro. Para isso, usamos a pesquisa bibliográfica para contextualização historiográfica e o método da história oral, no que tange a linha de abordagem de Meihy (2018) que prima pela abrangência de pesquisados que sejam depositárias das tradições. Ainda sob a luz da oralista Bosi (1994), que afirma que o passado conserva-se vivo e é expressado de forma automática na ação das pessoas; é o que ela chama de história hábito mas que também, por outro lado, podem ocorrer isoladamente, independente de ação ou hábito; são memórias singulares, autênticas, “verdadeira ressurreição do passado”, (BOSSI, 1994, p. 5). Este artigo corrobora com a abordagem teórica de Meihy e Bosi que destacam a importância das pesquisas das histórias locais, em confronto das histórias “oficiais”; enfatizam o valor das micro-histórias em contraponto às histórias “verdades” de “heróis”. Tínhamos tudo para sucumbir às explicações míticas, mas fomos desideratas, persistentes e resilientes; com apenas dois instrumentos a favor, a peculiaridade do sobrenome do pesquisado e o espírito investigativo, encampou-se uma década de estudos que suscitou resultados inéditos, reveladores e surpreendentes.
Descargas
Citas
BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: Lembrança de Velhos. 2. ed., São Paulo: T.A. Queiroz, 1994.
COSTA, Francisco Pereira. Para a chuva não beber o leite. Soldados da borracha: imigração, trabalho e justiças na Amazônia, 1940-1945/Francisco Pereira COSTA ; orientador Shozo MOTOYAMA. - São Paulo, 2014.
CLAVAL, Paul. A geografia cultural (Trad. Luiz Fugazzola Pimenta e Margareth de Castro Afeche Pimenta). Florianópolis: UFSC, 1999.
ESPADA LIMA, Henrique. A Micro-história Italiana: escalas, indícios e singularidades. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
MEIHY. José Carlos Sebe. Manual de História Oral – São Paulo: Editora Loyola, 5º edição, 2018.
NASCIMENTO SILVA. Maria das Graças Silva. O Espaço Ribeirinho. São Paulo Terceira Margem. 2000.
PALITOT, Aleksander Allen Nina. Rondônia uma história/Aleksander Allen Nina Palitot. – Porto Velho: Editora Imediata, 2016.
CIDREIRA, Jeferson e Josué da Costa. “Geografias imaginárias”: as estradas aquáticas na (des) construção das representações estereotipadas do espaço da Pan-Amazônia – Porto Velho: Universidade Federal de Rondônia, 2021.
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Núbia Lopes Soares Lopes Soares
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Este trabajo está licenciado con una Licencia Internacional CreativeCommons Reconocimiento-NoComercial-SinDerivados 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
- Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente bajo la Licencia Internacional CreativeCommons Reconocimiento-NoComercial-SinDerivados 4.0 que permite compartir el trabajo con el reconocimiento de autoría y la publicación inicial en esta revista.
- Los autores están autorizados a asumir contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicación en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Los autores tienen permiso y se alienta a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y la cita del trabajo publicado (Ver El Efecto del Acceso Libre).