A Comunidade Remanescente do Quilombo de Jesus: Constituição e Estruturação

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Marco Antônio Domingues Teixeira

Resumo

Este artigo trata sobre a constituição do Quilombo de Jesus, situado no Vale do rio São Miguel, afluente do Guaporé, e recebe seu nome devido ao patriarca da família Sr. Jesus Gomes. O quilombo surgiu na década de 1920/1930 quando o preços da borracha estavam em declínio e a família permaneceu isolada na mesma região até finais dos anos 1980, quando a abertura de frentes de colonização promovidas pelo INCRA chegaram ao lugar para promover o assentamento de colonos. Aos poucos, grandes fazendeiros foram se apropriando das terras, de forma que no início dos anos 2000, só se transitava pela estrada estadual com a permissão de fazendeiros que punham porteiras fechadas a cadeados em passagens estratégicas. O Quilombo de Jesus, estudado nos anos 2006/2010, foi o primeiro quilombo de Rondônia a ser titulado pelo INCRA. O quilombo é formado por uma grande família que entre 1930 e 1980 casou entre si e viveu endogamicamente. A pesquisa foi feita de forma participativa com diversas viagens ao local e convivência com a comunidade. Utilizou-se, ainda, o método de observação etnográfica. Os resultados apresentam uma comunidade unida, mas desconhecedora dos direitos legais e que por ação do governo federal perdeu suas melhores terras e passou a trabalhar para aqueles que lhes espoliaram.

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Como Citar
Teixeira, M. A. D. (2020). A Comunidade Remanescente do Quilombo de Jesus: Constituição e Estruturação. Afros & Amazônicos, 1(1), 8–16. Recuperado de https://periodicos.unir.br/index.php/afroseamazonicos/article/view/5677
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Marco Antônio Domingues Teixeira, Universidade Federal de Rondônia - UNIR

Doutor em Ciências Socioambientais pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos/NAEA, Universidade Federal do Pará. Professor do Departamento de História da Universidade Federal de Rondônia/UNIR. Coordenador do GEPIAA/UNIR (Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares Afro e Amazônicos). Coordenador do CPARQH/UNIR (Centro de Pesquisa em Arqueologia e História).

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