Afro, Sambas e Brasilidade

A Resistência que Conquistou uma Identidade Nacional

Autores

  • Rodrigo Carvalho SEDUC-TO

Palavras-chave:

Brasil, África, Sambas, Cultura, História

Resumo

O presente artigo parte do álbum Os Afro-Sambas, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, de 1966, para investigar as contribuições da cultura africana na identidade brasileira, analisando a relação entre o samba, o futebol e a Umbanda através das interações com as profundas transformações sociais ocorridas na primeira metade do século XX. A cultura é entendida como uma frente de luta por democracia e inclusão, em um contexto em que as elites buscavam construir uma identidade nacional, enquanto as populações marginalizadas resistiam e se afirmavam por meio de suas expressões artísticas e religiosas. Para cumprir esses objetivos, este trabalho dialoga com uma série de autores, como Rachel Soihet, Elizabeth Travassos, Lira Neto, Chris McGowan e Ricardo Pessanha, trazendo argumentos que corroboram o desenvolvimento do debate e iluminam as raízes africanas do sentimento nacional. O artigo também destaca como a apropriação cultural pelas elites, embora contraditória, permitiu que elementos da cultura negra se tornassem centrais na construção da brasilidade, evidenciando a resistência e a persistência das influências africanas na formação do país.

Biografia do Autor

  • Rodrigo Carvalho, SEDUC-TO

    Graduado em História pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Professor efetivo de História na rede estadual de ensino do estado do Tocantins.

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Publicado

20/12/2024

Como Citar

Afro, Sambas e Brasilidade: A Resistência que Conquistou uma Identidade Nacional. (2024). Afros & Amazônicos, 2(8), 88-96. https://periodicos.unir.br/index.php/afroseamazonicos/article/view/8629

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