“VAMOS DANÇAR O TORÉ BEBENDO MOCORORÓ": A FESTA DA EXPRESSÃO DA RESISTÊNCIA DO POVO INDÍGENA JENIPAPO-KANINDÉ (AQUIRAZ/CEARÁ - BRASIL)
DOI:
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v8i2.6158Palavras-chave:
Resistência Indígena, Festas Indígenas, Bebidas Fermentadas, Terra IndígenaResumo
A população indígena do Ceará é de aproximadamente 35 mil pessoas, nas quais estão representadas as 15 etnias existentes no Estado. Esses grupos étnicos possuem em suas histórias processos de luta e resistência pela demarcação de seus territórios e fortalecimento de suas culturas. Com efeito, o ensaio ora sob relato visa a analisar a relação da luta territorial e a cultura alimentar do povo Jenipapo-Kanindé, cuja Terra Indígena (TI) é localizada no Município de Aquiraz, distante 53 km da capital, Fortaleza. A interseção dos temas se dá com suporte na comemoração da Festa do Mocororó, evento focado na bebida indígena, fermentada à base de caju, e que tem como intenção principal comemorar a declaração do território no processo jurídico de reconhecimento da terra. A primeira festa aconteceu no ano de 2017, no dia 4 de novembro, sempre na mesma data, com exceção de 2020, já durante a pandemia de covid-19. A metodologia adotada para o trabalho foi qualitativa, com revisões bibliográficas, cinco entrevistas semiestruturadas, de maio de 2019 a fevereiro de 2021, trabalhos de campo e observação participante durante a Festa do Mocororó de 2019. Identificou-se o fato de que a festa representa, não somente, a demarcação da terra, mas também a vitória contra grupos empresariais que ameaçavam esse povo.
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