REPERCUSSÕES DAS POLÍTICAS DE INCLUSÃO NA FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE: UM RECORTE BRASIL/ARGENTINA
DOI:
https://doi.org/10.26568/2359-2087.2023.5825Palavras-chave:
Estudante com deficiência, Formação inicial, Políticas públicas.Resumo
O presente artigo objetiva a identificação dos principais documentos internacionais que versam sobre a inclusão do estudante com deficiência na escola regular, bem como apresentar suas principais repercussões nas políticas de formação inicial docente no contexto Brasil e Argentina, nos cursos de Pedagogia. A escolha destes países é justificada considerando as semelhanças históricas, econômicas, políticas e culturais, somadas à necessidade de estudos que aproximem países vizinhos e que promovam o compartilhamento de conhecimentos na área da Educação. O texto tem a perspectiva histórico-cultural como fio condutor da compreensão dos fenômenos estudados. Autores como Arroyo (2002), Freire (2000, 2018) e Romanowski (2007) foram fundamentais para sustentar as discussões propostas. Concluímos que documentos internacionais como a Declaração de Jomtien (1990) e de Salamanca (1994) repercutiram nas principais políticas de formação docente no Brasil e na Argentina, apontando a necessidade de um currículo de formação inicial do Pedagogo que contemple o trabalho com o estudante com deficiência, mas que também favoreça uma reflexão a nível ontológico da formação do professor, sendo esse, um elemento chave na concretização da inclusão.
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