RELIGIOSIDADE AFRO-AMAZÔNICA: CONDIÇÃO DO BEM-VIVER NA AMAZÔNIA
DOI:
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v7i2.5605Palavras-chave:
Pajelança, Religião Afro-Amazônica, Amazonas, EtnografiaResumo
O presente texto objetiva apresentar breve cenário das religiões afro-amazônicas no contexto amazônico no sentido de indicar características quando relacionadas às práticas culturais, espirituais e sociais tais como: a pajelança indígena e cabocla muito forte ainda na região e que influencia, assim como é influenciada pela religiosidade afro-amazônica. Nesse sentido, buscou-se tecer abordagens acerca das comunidades de terreiro voltado para o culto dos caboclos e sua interinfluência na memória - tanto africanas como indígenas e sua contribuição para o Bem Viver na Amazônia. O Bem Viver aqui é entendido no sentido de uma outra possibilidade de modo de vida, respaldada numa nova relação entre ser humano e natureza e interconectada às diferentes manifestações de vida, sobrevivendo e vivendo dentro do modelo de desenvolvimento capitalista e de globalização instalado no mundo contemporâneo (ACOSTA, 2020, SOLÓN, 2019). Para tanto, são retratadas duas práticas de sagrado na sua inter-relação com a natureza, com a ambiência amazônica; as relações espirituais, cosmológicas, naturais, sociais e culturais instaladas e que geram rebatimentos no sentido de se estabelecer o ato de um Bem Viver. A opção metodológica foi à pesquisa etnográfica a partir das vivências e práticas dos autores, uma vez que, expressam as ancoragens a partir do duplo modo de vida: como acadêmicos e adeptos das comunidades de terreiro. De onde se pode considerar que as práticas espirituais, sociais e culturais dos povos originários africanos e indígenas podem contribuir de maneira expressiva à conquista da qualidade de vida na Amazônia - pautado no modo de produção.
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